Dois aspectos são considerados pelos urologistas na definição do tratamento do câncer de próstata: a perspectiva de vida do paciente e a extensão da doença. Quando o homem apresenta um bom estado geral de saúde, apesar da neoplasia, e o tumor está localizado inteiramente dentro da próstata, a alternativa de tratamento é a cirurgia para remoção completa da glândula, vesículas seminais, gânglios linfáticos ilíacos e pequena porção da bexiga em contato com a próstata (prostatectomia radical).
A abordagem cirúrgica para retirada da próstata pode ser feita por meio de três técnicas:
Por qualquer uma delas a retirada da glândula e, consequentemente, do tumor, é realizada com segurança quando a equipe cirúrgica domina o procedimento. Todas possuem vantagens e desvantagens, por isso, cabe ao médico e ao paciente discutir os benefícios e contraindicações de cada uma delas de acordo com o caso.
Os portadores de câncer de próstata para os quais a cirurgia é indicada têm boas chances de se curar da doença. Segundo o livro Próstata: Isso é com você, de 91% a 100% dos pacientes que receberam o diagnóstico do câncer no estágio um da doença foram curados no período de cinco anos. O índice cai para 71% a 86% para homens cujo diagnóstico foi realizado no estágio dois e para 60% quando o câncer é descoberto no estágio três.
Os tumores identificados como estágio um são aqueles localizados dentro da próstata e difíceis de serem detectados pelo toque retal, mas não pelo exame de PSA (Antígeno prostático específico). O câncer percebido pelo toque, que está circunscrito à glândula, são os classificados como estágio dois. O estágio três é quando o tumor ultrapassa o envoltório da próstata.
A prostatectomia radical é um tratamento com alta expectativa de cura, mas que pode provocar impotência sexual e incontinência urinária. A impotência ocorre com maior frequência em pacientes com mais de 70 anos, em 50% dos homens na faixa dos 55 e 65 anos e em 15% dos casos diagnosticados abaixo dos 55 anos.
A incontinência urinária ocorre com frequência muito menor. Quando a cirurgia é realizada por equipes cirúrgicas com grande experiência e com grande volume de prostatectomias radicais por ano, a chance de incontinência urinária não deve ultrapassar 5% dos pacientes operados.